Em um plano de descarbonização que envolve de hospitais militares a pelotões de fronteira, passando pelo Quartel-General (QG) em Brasília, o Exército pretende atender 25% de sua demanda por eletricidade com a geração própria de energia solar.
O objetivo é atingir essa meta até 2026. A autoprodução por painéis fotovoltaicos representava menos de 4% das necessidades totais da força terrestre no ano passado. Deve subir para 6,1% neste ano e chegar a 18,2% em 2025.
Com um investimento de R$ 43 milhões, pelo menos 27 usinas solares já foram instaladas e outros 80 projetos estão prontos para execução — a maioria com baterias que permitem o armazenamento da energia produzida para uso em período noturno.
Além de reduzir sua pegada de carbono, o Exército diz ter uma economia anual de R$ 7,8 milhões em contas de luz e com o combustível que deixou de ser comprado para geradores movidos a diesel nos pelotões de fronteira, principalmente na Amazônia e no Pantanal.
Somente nessas localidades, deixaram de ser queimados 360 mil litros de óleo por ano, segundo o general de brigada Francisco Eduardo Lima de Medeiros, diretor de obras militares do Exército.
Sete pelotões — em Auaris (RR), Fortuna (MT), Palmarito (MT), Pato Índio (MS), Surucucu (RR), Tiriós (PA), Turuí-Cachoeira (AM) — foram contemplados até agora.
Painéis fotovoltaicos também estão abastecendo o QG do Exército em Brasília e unidades como o Hospital Geral de Curitiba e o Hospital de Guarnição de Santiago (RS).
O investimento é feito a partir de recursos próprios da força, emendas parlamentares ou parcerias com concessionárias de distribuição. Essas empresas precisam aportar 0,25% de suas receitas operacionais líquidas em projetos de eficiência energética.
Outras iniciativas importantes na área ambiental estão sendo aceleradas pelo Exército.
Recentemente, equipes militares lançaram 5 milhões de sementes de 28 espécies nativas no Vale do Taquari (RS), duramente atingido pelas enchentes.
“A expectativa é que 5% [das sementes] vingue”, afirma o general Jorge Luiz O’ de Almeida Filho, diretor de patrimônio imobiliário e meio ambiente do Exército.
Em 2025, segundo ele, cada região militar — que normalmente compreende dois estados — terá um projeto de reúso de água.
Atualmente, dois projetos-pilotos estão sendo tocados: um no Colégio Militar de Brasília e outro no Batalhão Ferroviário de Araguari (MG).
Nesse tipo de projeto, a água usada é reaproveitada (após pequeno tratamento) em atividades como irrigação e em descargas de vasos sanitários, ajudando a diminuir o consumo total.
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